Nos dias 30 e 31 de outubro de 2024, a Universidade Estadual do Ceará (UECE) sediou a Oficina de Planejamento Estratégico Participativo do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família (PPGSF/RENASF), reunindo autoridades e representantes de diversas instituições, entre elas: o Ministério da Saúde, através da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) e da Agência Brasileira de Apoio à Gestão do SUS (AgSUS); a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), através da participação de representantes da Coordenação Geral de Educação, representantes do Escritório de Projetos da Presidência (EPP) e da Fundação de Apoio à Fiocruz (FIOTEC); da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), além de todas as nucleadoras que compõem o PPGSF. Com foco no fortalecimento do PPGSF, especialmente para o quadriênio 2025-2028, o encontro foi conduzido de forma participativa pelo seu Núcleo Pedagógico que acompanha e assessora os cursos de Mestrado e Doutorado Profissional em Saúde da Família.

O Coordenador Geral do PPGSF/RENASF, Roberto Wagner Júnior Freire de Freitas, enfatizou a importância da oficina de planejamento, considerando-a como um momento de escuta, construção e participação ativa dos distintos atores que fazem parte do programa, dentre eles destacam-se: coordenadores/vice coordenadores, docentes, discentes, egressos, técnicos e gestores, visando aprimorar a formação dos profissionais que atuam na atenção e/ou gestão da Estratégia Saúde da Família/Atenção Primária à Saúde, com o objetivo de fortalecer e formar para o Sistema Único de Saúde (SUS). “Esse planejamento estratégico é essencial para fortalecer e expandir o nosso Programa de Pós-Graduação em Rede, promovendo uma formação de excelência voltada ao SUS. A RENASF e seu programa, que hoje possui 11 instituições nucleadoras e se faz presente em quase todo o Nordeste brasileiro, busca aprimorar a formação dos profissionais para atuarem de forma efetiva na Estratégia Saúde da Família, tendo compromisso crescente de aprimoramento e busca de resoluções de problemas vivenciados nos seus territórios de atuação, objetivando impactar positivamente a área da saúde coletiva”, ressaltou.

A oficina foi planejada e organizada, estrategicamente, em seis grupos temáticos: Programa I e II; Formação e Produção Intelectual; Impacto; Visibilidade e Internacionalização; e, Governança. Nos grupos (compostos por representantes vinculados ao programa), os participantes discutiram os pontos fortes, considerados como fortalezas e os principais desafios do PPGSF, traçando ações visando alcançar a excelência do programa em se tratando dos critérios estabelecidos pela CAPES. Adriana Nascimento (EPP/Fiocruz), presente no evento, destacou a importância da iniciativa, no sentido de fortalecer a parceria com a Fiocruz. “Esse movimento traz clareza para os objetivos a curto, médio e longo prazo do programa e humaniza a relação com o Escritório de Projetos da Fiocruz, sobretudo no acompanhamento técnico, orçamentário e financeiro”, afirmou.

Representando à CAPES, o Coordenador da Área de Saúde Coletiva, Bernardo Horta, reforçou a relevância de um planejamento estratégico participativo e democrático. “É muito positivo que o planejamento seja participativo. Estamos no final de um quadriênio, então é o momento dos programas avaliarem seus avanços, suas fragilidades e fortalezas, visando consolidar o que foi conquistado e superar os desafios para o próximo ciclo”, destacou.

Amanda Gomes, representante da FIOTEC, ressaltou o papel da fundação em apoiar a execução dos projetos e, em especial do programa: “Nossa participação aqui é de grande valia, pois conseguimos entender a especificidade desse projeto e oferecer soluções que aumentam os resultados. Essa proximidade é fundamental para criar um elo e fortalecer a colaboração”, comentou.

O evento reforçou o compromisso do PPGSF com a formação de profissionais qualificados para o SUS, um ponto enfatizado pelo coordenador adjunto dos Programas de Pós-graduação Profissionais em Saúde Coletiva da CAPES, Alberto Novaes, que destacou a importância de constante avaliação e reflexão. “Todo movimento de autoavaliação em programas de pós-graduação é sempre muito bem-vindo, especialmente em saúde coletiva. Esse planejamento é essencial para o fortalecimento do SUS, pois forma profissionais capacitados e comprometidos com o sistema”, afirmou.

Outro ponto discutido foi a participação dos médicos no programa, como destacou o represente da AgSUS, Antônio Ribas: “Historicamente, os médicos têm menor adesão aos programas de saúde da família, devido à sobrecarga e a outros vínculos profissionais. É fundamental considerar essa especificidade para garantir a inclusão de todas as categorias, sem perder a multiprofissionalidade essencial ao programa”, pontuou.

Mariana Souza, representante da Fiocruz, ressaltou o papel da RENASF como uma rede de educação importante e respeitosa das especificidades territoriais e culturais locais, o que torna o conhecimento mais significativo para os participantes. “A RENASF é uma das redes de educação mais importantes da Fiocruz, com um diferencial que valoriza os territórios e culturas locais”, destacou.

Um novo encontro está previsto para ocorrer no início de dezembro deste ano, no qual as propostas definidas/planejadas serão avaliadas e consolidadas, dando continuidade à missão do PPGSF de promover uma formação de excelência, a nível de pós-graduação stricto sensu, profissional, na área da saúde coletiva no Nordeste brasileiro.